terça-feira, 29 de janeiro de 2013

CRISTO: A PEDRA ANGULAR, E O FUNDAMENTO APOSTÓLICO E PROFÉTICO


                   Introdução
         Um dos maiores equívocos teológicos da cristandade católica romana é a atribuição do título de fundamento da Igreja ao apóstolo São Pedro. Baseando seus argumentos no pronunciamento de Jesus acerca do apóstolo (Mt 16:18-19), estabeleceu a hierarquia papal como sucessão de Pedro, significando que cada Papa assume o papel de alicerce espiritual da Igreja. Na verdade Jesus fez uma espécie de trocadilho, apontando para Pedro e dizendo: “Tu és Pedro”, que no original é “petrus”, ou pequenas pedrinhas; e apontando para si mesmo disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, e já esta pedra, no original grego é “Petra”, ou Rocha, Pedra Principal, Pedra Fundamental. Assim, na verdade, o fundamento da Igreja não é Pedro, e sim, a sua declaração: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v. 16). A declaração do messianismo universal (Cristo), e da divindade (Filho de Deus) de Jesus, estabelecem a solidez da Igreja. A missão messiânica de Jesus, o Cristo, são de caráter global e cosmológico, ou seja, a redenção efetuada por Cristo Jesus não abrangeu determinada cultura ou nação, mas foi universal, e a verdade mais irremovível da fé é que Jesus Cristo é o Verbo que se fez carne, Deus em forma humana (Jo 1:1-4, 14; 14:8-9; Cl 2:9) que se despojou de suas prerrogativas soberanas de Deus para viver e morrer entre nós, como forma de resgatar a humanidade ao seu estado original edênico (Gn 1:26-27). Pedro representou naquele momento de revelação, a classe apostólica, ou seja, aos apóstolos, em harmonia com os demais ministérios e a Igreja Restaurada, Jesus promete: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 16:19). Estas chaves são: (1) A autoridade do Reino (Lc 9:1); (2) A Ciência do Reino (Lc 11:52); e (3) Os Recursos do Reino (I Co 4:1).
  
CRISTO A VERDADEIRA PEDRA DE ESQUINA

Ainda que todos cinco ministérios estivessem em pleno vigor e harmonia, e os dons operantes em seu poder máximo, mas Jesus Cristo e suas palavras não estivessem arraigados na base do edifício Igreja, já não haveria uma Igreja, pois os ventos e chuvas da história humana já a teriam feito sucumbir (Mt 7:24-27). A pedra de esquina é uma enorme rocha que delimita a área da construção de um edifício, além de fornecer forte sustentação e um marco histórico para lembrarmos a origem da construção. O próprio apóstolo Pedro, que, contrariamente à teologia católica, não é a Pedra, disse: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.” (At 4:11). Pedra, foi desta forma que Nabucodonosor teve a visão de Jesus Cristo vindo em glória para estabelecer seu Reino que não terá fim. “...o Deus do céu do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.” (Dn 2:44-45). Como veremos adiante, a Igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, mas Jesus Cristo é Pedra Principal de Esquina (Ef 2:20).
   
A SINGULARIDADE DE CRISTO

A verdade mais ofensiva da fé cristã às religiões é a singularidade de Jesus Cristo, no aspecto do Senhorio e da Salvação. A questão é que essa singularidade não foi declarada inicialmente por seus discípulos, como nos casos das religiões mundiais, mas pelo próprio Cristo. A escolha da humanidade é escolher a auto-proclamação de Jesus é loucura ou a verdade: “...Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14:6). A declaração é enfática e penetrante, não há acesso a Deus a não ser por Jesus Cristo. O apóstolo Pedro confirma esta verdade: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (At 4:12). Só em Cristo há salvação, só em Cristo há redenção, e só em Cristo há mediação, aliás, qualquer ensino de que possa haver outros mediadores entre Deus e os homens além de Jesus Cristo, deve ser refutado com veemência. Apesar da grandeza e singularidade da vida e ministério de Maria, somente em Jesus temos acesso à Deus. “Porque há um só Deus e só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem.” (I Tm 2:5).
  
O FUNDAMENTO PROFÉTICO DA IGREJA

Após criar (Gn 12:1-3) e reunir um povo, Deus estabeleceu uma lei moral (Êx 20:1-17). Este mandamento foi conservado e difundido pelas gerações de profetas que Deus constituiu a Israel. Este é o Fundamento dos Profetas: O MANDAMENTO. Assim, embora a Igreja não seja salva pelas obras da Lei (Ef 2:8-9), continua arraigada e fundada na síntese do Mandamento. “para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos...” (Ef 3:17-18). Sim, o decálogo (Dez Mandamentos) não foi abolido por Jesus, mas cumprido (Mt 5:17). Agora, pela habitação de Cristo em nós (Cl 1:27), estamos sob uma nova forma de Lei para cumprir o mandamento pelo Espírito (Rm 8:1-3), e este Mandamento foi sintetizado: “...porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” (Rm 13:8b). Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (Jo 13:34). Portanto, o Fundamento Profético da Igreja é o amor, e o ministério do profeta é consolar, exortar e edificar em amor, para a Igreja se conserve como a Comunidade do Amor. Assim, de fato, O FUNDAMENTO PROFÉTICO DA IGREJA É O MANDAMENTO DO AMOR.
   
O FUNDAMENTO APOSTÓLICO DA IGREJA

Após edificar e comissionar (Mt 16:18; Mc 16:15; At 1:8) a sua Igreja e inaugurá-la (At 2:1-47), Jesus, como já dissemos, sintetizou a Lei e os mandamentos no Fundamento Profético, o amor, e estabeleceu os apóstolos como colunas da Doutrina de Cristo e de seu Reino (At 2:42; Mt 4:23; 13:19). Este é o Fundamento dos Apóstolos: A DOUTRINA DO REINO. É justamente esta Doutrina que se perdeu a partir do século III, e que desde então, Deus através de avivamentos e reformas vem restaurando, e antes da Segunda Vinda do Senhor Jesus, é esta a mensagem que estará plenamente restaurada e propagada: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.” (Mt 24:14). Este Fundamento Apostólico foi lançado para edificar a Igreja como uma “embaixada” que representa não uma religião, mas um Reino. Este Fundamento proclama a Cristo não como meramente um Profeta, mas como o Rei. Os profetas falavam dessa restauração plena (At 3:21), e Isaías previu a manifestação do Cristo com uma missão “espiritualmente política”: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo está sobre os seus ombros” (Is 9:6). Note que sobre os ombros do Messias não está a religião, mas o governo. Um dos motivos da Igreja ter se dividido tanto, foi o fato de pregarem o “evangelho da salvação”, e cada um desenvolveu seu sistema soteriológico, sendo que a salvação já foi plenamente efetuada por Cristo na cruz. O que faz da Igreja uma única Instituição Poderosa (Jo 17:21-23), é pregar a mesma mensagem que Jesus pregou (Mt 4:17), a Boa Notícia (Evangelho) de que o Reino de Deus chegou, e esta é a mensagem que o Senhor nos delegou à pregar desde o princípio (Lc 9:2, 60). A Igreja está retornando para a mensagem original: “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus...” (Lc 16:16). O FUNDAMENTO APOSTÓLICO DA IGREJA É O EVANGELHO DO REINO.     

O MISTÉRIO DE CRISTO COMPLETO NO APOSTÓLICO E NO PROFÉTICO

Embora os profetas da Antiga Aliança falassem pelo Espírito Santo, com espantosa clarividência da dispensação futura, eles não entendiam perfeitamente do que falavam. Profetas são como carteiros, eles entregam a carta, mas não abrem a correspondência. Havia um mistério que estava “oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória. (Cl 1:26-27). Era exatamente isso que os antigos profetas da Lei não sabiam: que o Messias não restauraria o reino a Israel em sua primeira vinda (At 1:6), mas estabeleceria o seu Reino dentro de seu povo (Lc 17:20-21), habitando nele em Espírito. O Messias em nós, esperança da glória do Reino vindouro. A Igreja primitiva, em seus primeiros trezentos anos, experimentou de forma sem precedentes a plenitude dessa revelação messiânica. E o motivo dessa iluminação espiritual da primeira Igreja era a harmonia do corpo de Cristo, com todos os membros e operações bem ajustados (I Co 12:12-31; Ef 4:15-16). Como abordaremos mais pormenorizadamente na 12ª Lição, ao longo dos séculos (depois do século III) esse corpo harmônico e saudável chamado Igreja vem restaurando seus dons e operações, e agora, nós, todo o corpo de Cristo chegamos no tempo do “...até que...” predito pelo apóstolo Paulo (Ef 4:13a), em contemplaremos: (1) A Unidade da Fé; (2) O Conhecimento do Filho de Deus; (3) A Estatura Completa de Cristo na Igreja (Ef 4:13). Isso acontecerá porque os ministério de APÓSTOLOS e PROFETAS está sendo restaurado à Igreja, somente isso poderá completar a revelação oculta no passado; Paulo como apóstolo e profeta pôde, modéstia dar testemunho de seu próprio grau de revelação dizendo: “pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.” (Ef 3:5). O mistério de Cristo se completa no apostólico e no profético.

Conclusão
Estamos vivendo as etapas finais da edificação da maior e mais poderosa Instituição que o mundo já conheceu, a Igreja Apostólica, portadora da mais impactante mensagem que o mundo já ouviu, o Evangelho do Reino. Os alicerces foram renovados, os edificadores estão empenhados na obra, e o Divino habitante desta Casa, o Espírito Santo, está prestes a entrar de maneira singular e palpável. JESUS CRISTO É A PEDRA FUNDAMENTAL, APÓSTOLOS E PROFETAS SÃO OS FUNDAMENTOS.

sábado, 19 de janeiro de 2013

TEMPOS DE RESTAURAÇÃO


Após os primeiros trezentos da Igreja, a cristandade entrou em um período de densas trevas, onde o nível de revelação espiritual se tornou muito escasso, e surgiu a necessidade de sucessivos concílios ecumênicos para sistematizar uma estrutura doutrinária coerente e unânime. Em conseqüência disso, surgiram também muitas heresias perigosas e muito extremismo apologético. Desde então, o Espírito Santo vem promovendo periódicos moveres de reforma espiritual, dentre os quais a Reforma Protestante foi a mais destacada historicamente. Deus está literalmente restaurando todas as coisas até aqui, e esta Restauração terá sua culminância nos tempos finais, imediatamente anteriores à Segunda Vinda de Jesus Cristo (Atos 3:19-21).
Estamos definitivamente vivenciando neste tempo esta “restauração de todas as coisas” (Atos 3:19-21), embora este tempo não possa ser vislumbrado e experimentado na plenitude por aqueles que possuem uma mentalidade institucionalizada de “Igreja”. Na verdade esta mentalidade institucionalista é produto de um modelo babilônico que prima pela ostentação de ideais meramente denominacionais. Estes, cujas mentes, propósitos e motivações giram em torno de seus pequenos impérios denominacionais, estão bloqueados para uma absorção de visão profética e conhecimento dos tempos de Deus. Mas aqueles que ha algum tempo sentiam uma inexplicável insatisfação com o atual sistema eclesiástico, agora, podem compreender que neste Tempo de Restauração Total, os propósitos do Reino de Deus e os fundamentos da Igreja, estão sendo renovados através do ministério de apóstolos e profetas desta geração (Efésios 2:19-20; 3:5).
Como todo movimento de reforma espiritual da história da Igreja, este novo mover que alguns teologicamente chamam de “restauracionismo”, é caracterizado por alguns fundamentos. Na verdade, são áreas que estão sendo restauradas pelo Espírito Santo de Deus, dentre as quais cinco se destacam.

1-   O MOVER APOSTÓLICO
A Igreja de Jesus Cristo nasceu apostólica e permaneceu apostólica nos primeiros trezentos anos de sua existência, esta é a sua natureza, esta é a sua identidade imutável, embora tenha sido “mudada”. Para dar início à obra de expansão de seu Reino na terra, Jesus não comissionou doze pastores, profetas, evangelistas, ou mestres, mas doze apóstolos; as colunas da Nova Jerusalém são apostólicas, o fundamento da Igreja é apostólico; Jesus Cristo, como Único Sumo Sacerdote definitivo, é essencialmente o Apóstolo (Hebreus 3:1). O apostólico era a peça final que faltava para o início da Restauração Divina. Não é um título eclesiástico, é uma unção, não é um cargo, é um dom, não diz respeito a uma pessoa, mas a uma geração. O apostólico é um estilo de vida, aliás, o único estilo de vida idealizado por Deus para seu povo. Israel não compreendeu sua vocação apostólica, e o Senhor a transferiu para a Igreja, que a renegou no meio do caminho, mas agora, o apostólico está sinalizando e conduzindo a Igreja para o maior e mais impactante avivamento que o mundo já viu. Evidentemente, há um falso mover apostólico, o que não nos dá concessão de rejeitar o verdadeiro, assim como há sempre houve falsos apóstolos. A Igreja está outra vez recebendo a liderança divina por meio de ministros apostólicos e apóstolos genuínos. Escândalo para os impérios denominacionais e refrigério para os santos eleitos de Deus. É um mover irresistível e inevitável, embora muitos, mesmo reconhecendo sua credibilidade, por seus vínculos institucionais, não ousam aderir. “E muitos sinais e prodígios eram feitos pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima.” (Atos 5:12-13). Estes são tempos apostólicos de Restauração.

2-   A RESTAURAÇÃO DOS CINCO MINISTÉRIOS
O mover apostólico foi precedido pela restauração da vigência e harmonia dos cinco dons do ministério cristão (Efésios 4:11). O Espírito de Deus vem ao longo dos anos, especialmente no século XX, estes cinco ofícios espirituais em operação e reconhecimento. Com isto, Deus reequipou sua Igreja para o cumprimento pleno de seu propósito global de neutralizar a força das trevas e desencadear o maior avivamento de toda a história da cristandade. As atividade e harmonia dos cinco ministérios promoverão (1) o aperfeiçoamento dos santos para o trabalho do Reino; (2) a construção completa da Igreja Mística; (3) a verdadeira unidade de fé; (4) o conhecimento revelado do Filho de Deus; (5) a Igreja à perfeita imagem e semelhança de Jesus Cristo; (6) a extinção da inconstância espiritual e doutrinária; (7) o crescimento completo na verdade em amor. Tudo isto só pode chegar à sua realidade plena através da funcionalidade harmônica dos cinco ministérios, e este processo já está em pleno andamento.

3-   A PATERNIDADE ESPIRITUAL
A Igreja por ter se institucionalizado, desenvolveu uma forma de relacionamentos árida e cheia de interesses políticos. A conexão entre a cristandade e suas lideranças espirituais passou a basear-se em aspectos meramente administrativos. Neste modelo de “igreja” o fiel agregado não passa de membro, e adere aos parâmetros estatutários, mas não recebe um “DNA espiritual” para tornar-se filho.
O princípio da paternidade espiritual norteou o governo eclesiástico e os relacionamentos na Igreja Apostólica primitiva. Bispos eram ordenados sobre jurisdições geográficas sob a orientação e liderança paternal dos apóstolos. Paulo de Tarso foi o pioneiro desta configuração bíblica e salutar de governo. Diversas igrejas formavam grandes redes de comunhão, intercessão e expansão do Reino de Deus.
Parece claro que não existe um respaldo escriturístico para a terminologia “cobertura espiritual”, porém, o âmago e a essência deste princípio permeiam toda a realidade da Igreja do primeiro século. Pode-se dizer que não cabe o termo cobertura, pois as trevas não atacam a Igreja por cima visto que a cabeça é Jesus Cristo, mas atacam os fundamentos. E é exatamente isto que tem ocorrido ao longo dos séculos, os fundamentos da Igreja têm sido atacados; o fundamento da fé, o fundamento da esperança, e o fundamento do amor, por isso, doutrina contaminada, pessimismo e incerteza quanto ao futuro, e alianças frágeis. Assim, emerge a necessidade, sim, de cobertura, mas a cobertura dos fundamentos de cada membro do corpo do Cristo. Para tanto, precisamos lembrar que o fundamento da Igreja é imutável, e está sendo restaurado em nosso tempo, estamos “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.” (Efésios 2:20). Líderes dotados de um dos cinco ofícios do ministério devem assumir seu papel de pais edificadores, e discípulos do Reino devem assumir o papel de filhos edificados, enquanto crescem para se tornarem pais também. Este o ciclo da vida natural e o ciclo da vida no Reino.   

4-   A UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
O sistema denominacional tomou uma proporção demasiadamente oposta aos propósitos do Reino de Deus. Tal qual a filosofia que motivou a construção da torre de Babel: “...façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados” (Gênesis 11:4), isto não é unidade real, é uma junção facciosa em torno de um ideal egoísta. As tribos de Israel formavam um único povo que sacrificavam a um único Deus. À líderes que esperavam que todos fossem discípulos apenas em seu “grupo”, Jesus disse: “...quem não é contra nós é por nós.” (Lucas 9:49-50). O motivo central da descrença do mundo na singularidade e senhorio de Jesus Cristo, é a divisão da Igreja. “...que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17:21).
Este é um tempo de restauração da unidade real. Não é uma fusão de denominações, tão pouco uma “mudança de placas”, ao contrário, é a conscientização revelada da necessidade premente de unidade. O corpo de Cristo trabalhando em harmonia, para chegarmos não em uma unidade cultural, teológica, litúrgica; mas na verdadeira unidade, a unidade da fé (Efésios 4:13). Grandes coalizões e redes de igrejas locais sintonizadas no mesmo ideal divino, o Reino de Deus na Terra. Juntas em clamor a Deus dizendo, não “venha a mim”, mas venha a nós o teu Reino.
Pastores e igrejas que não trabalham em favor da promoção da unidade, serão excluídos do plano de Deus neste tempo. Todo ideal que prima pelos interesses de uma denominação, relegando os interesses do Reino de Deus a um papel secundário, passaram a definhar espiritualmente até que não haja mais fôlego de vida espiritual. A única salvação para as denominações é entrarem neste mover de unidade do Reino. 

5-   O EVANGELHO DO REINO
O Evangelho de Cristo é o Evangelho do Reino (Mateus 4:17, 23); O Evangelho dos apóstolos é o Evangelho do Reino (Lucas 9:2; 10:8-11); o evangelho do apóstolo Paulo era o Evangelho do Reino (Atos 19:8; 28:23); o Evangelho dos evangelistas e pregadores primitivos era o Evangelho do Reino (Atos 8:12); o Evangelho pregado a partir do ministério de João Batista é o do Reino (João 3:2; Lucas 16:16).
O âmago deste Evangelho do Reino foi deixado de lado ao longo dos séculos, mas agora, está sendo restaurado neste mover apostólico.
O Evangelho do Reino enfatiza: (1) o arrependimento como condição para salvação; (2) a expansão e a vitória final do Reino de Deus na Terra; (3) a destruição dos últimos impérios satânicos resistentes.
Há muito mais a ser restaurado e revelado. Por isso, precisamos estar conectados com o propósito divino e o mover profético. Tempos empolgantes vêm por aí. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A CONTAMINAÇÃO DO VELHO SISTEMA ECLESIÁSTICO



         Nossa geração é privilegiada por poder desfrutar do poderoso legado espiritual transmitido por grandes avivalistas e líderes da igreja do passado, que à custa de muitas perseguições, descrédito e até derramamento de sangue, lançaram os primeiros alicerces apostólicos para a igreja como conhecemos hoje. Lamentavelmente, este legado foi honrado apenas sob o ponto de vista da narrativa histórica, haja vista que muitas igrejas e líderes eclesiásticos da atualidade ostentam a história pioneira dos antigos heróis da fé, mas não conservam e tão pouco, difundem este legado. Podemos nos gloriar no ministério e na vida de heróis como: John Wesley, Jonathas Edwards, Dwight Moody, Evan Roberts, William Seymour, Kathryn Kuhlman, Aimee Semple McPherson, Daniel Berg e Gunnar Vingren, Manoel de Melo, e mesmo de nosso fundador Charles Harrison Mason. Porém, não basta nos gloriamos nesses apóstolos do passado, precisamos nos nutrir do mesmo Espírito que os compungia. Hoje, o que temos é uma “maquete” daquilo que eles construíram, e o sistema denominacional, sutilmente se deteriorou pela contaminação espiritual de antigas culturas do Oriente, e a principal área afetada foi o governo eclesiástico.  

A INFLUÊNCIA EGÍPCIA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA

O sistema opressor de tributos do Egito forjou a mentalidade econômico-administrativa de muitas nações da posteridade, é uma forma hábil e simples de minar recursos para uma sede de governo capitalista. Em muitos sistemas eclesiásticos congregacionais vemos exatamente isso: “E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés.” (Êx 1:11) Parafraseemos assim: “E os pastores presidentes puseram sobre as pequenas congregações pastores locais para arrecadar, para os afligirem com suas varas. E edificaram ao Presidente grandes tesourarias, mega-templos e catedrais”. O plano de Deus é que cada igreja local seja autóctone, ou auto-sustentável. Caso haja um sistema razoável de arrecadação para uma Igreja Sede, que seja o dízimo dos dízimos, pois nada poderia parecer mais razoável do que honrar a “Mãe” (Êx 20:12; Ml 3:10; Rm 15:26-27; II Co 8:1-15; Ef 6:2), e os recursos devem ser administrados com ênfase em esforços de missões e no suprimento das próprias congregações até que se estabilizem. Quando o Reino de Deus vem o império egípcio cai.
  
A INFLUÊNCIA BABILÔNICA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA

A genealogia babilônica remonta os primórdios da civilização humana, com Ninrode e sua torre (Babel) sempre com a mesma ideologia: “...façamo-nos um nome...” (Gn 11:4b). O orgulho e a ostentação babilônica sempre foram refletidas por seus reis, dentre os quais o mais renomado foi Nabucodonosor, cuja jactância por suas conquistas e edificações parece inspirar líderes de todas as gerações e lamentavelmente muitos líderes da cristandade. As palavras desse rei se repetem no coração de “mega-apóstolos” (II Co 11:5) da atualidade: “...Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?” (Dn 4:30). O único interesse do sistema denominacional contaminado é edificar catedrais que façam sobressair o nome de sua placa, assim, não há lugar para ideais de unidade do Reino, pois o seu ideal é o estabelecimento do império denominação. Quando o Reino de Deus vem o império babilônico cai.
  
A INFLUÊNCIA GREGA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA

Indubitavelmente a cultura que mais se perpetuou e influenciou a civilização moderna foi o helenismo. As conquistas épicas e assustadores do jovem rei grego Alexandre Magno (“o grande”) fizeram-no estender seu governo por quase todo o mundo de sua época. O ideal de Alexandre era helenizar o mundo, ou seja, impor a cultura e as tradições gregas a todos os povos por ele conquistados, e não podemos dizer que seu intento fracassou, pois mesmo após sua morte prematura (aos 32 anos de idade), Roma que foi o império predominante após o declínio grego, adotou o quase a totalidade do helenismo, especialmente a filosofia grega. Assim, surgiu a cultura greco-romana calcada em ideais de domínio e intelectualidade (I Co 1:22). Dentre os principais ideais do espírito da Grécia destacam-se: (1) a veneração da estética; (2) a idolatria do esporte; (3) a sensualidade e o hedonismo; (4) e o culto às idéias e ao intelectualismo. Todos estes aspectos encontraram guarida na mentalidade hodierna, mas é justamente este último que entrou sorrateiro e hoje permeia a cristandade. Assim, as mentes mais inquiridoras têm se apartado da simplicidade que há em Cristo (II Co 11:3), dando origem a pragas filosóficas como o humanismo secular, o comunismo ateísta e a teologia liberal. Os mistérios divinos não são para os “sábios e entendidos”, mas para os pequeninos (Mt 11:25-26), e o espírito regenerado somente cresce quando o entendimento humano fica infrutífero (I Co 14:14). Deus tem levantado outra vez, nesse tempo, os filhos de Sião, que são os filhos do Reino, para sobrepujar os filhos da Grécia (Zc 9:13). Quando o Reino de Deus vem o império grego cai.
 
A INFLUÊNCIA ROMANA SOBRE O GOVERNO DA IGREJA

Roma consolidou-se como o império de mais prolongado domínio na história da humanidade, e mesmo após a queda de seu império político, ostenta-se com sua influência político-religiosa. O maior problema dogmático da Igreja Católica Romana não está essencialmente no seu governo eclesiástico episcopal, que na verdade é o mais coeso para conservar a unidade doutrinária e administrativa, a grande problemática é o “nicolaísmo” (Ap 2:15). Acredita-se que o nicolaísmo era a crença na acepção exacerbada entre clérigos e leigos, em que os bispos da Igreja insurgiam-se como representantes mediadores de Deus diante do povo. Doutrina esta que anula o sacerdócio universal da Igreja (I Pe 2:9; II Co 5:18-20). A iconoclastia de sacerdotes cristãos não é exclusivamente católica, pois, o protestantismo em suas mais diversas vertentes, tem consagrado seus ídolos humanos, pastores, bispos e apóstolos que parecer deter o monopólio da salvação e mediarem o acesso do povo a Deus. Os líderes episcopais cristãos têm, sim, sua distinção honorífica em função de sua separação  singular e zelo pelo ministério (At 6:3-4; I Co 9:13-14; Gl 6:6; I Ts 5:12-13; I Tm 5:17), porém, os mesmo não estão qualificados para mediação, pois este posto já está definitiva e gloriosamente ocupado (Jo 14:6; At 4:12; I Tm 2:5). Quando o Reino de Deus vem o império romano cai. 

SOBREPUJANDO O SISTEMA DENTRO DO SISTEMA

Alguns seguimentos extremistas dentro da Renovação Apostólica acreditam na necessidade da extinção do sistema denominacional, por considerá-lo obsoleto. À bem da verdade, o sistema de fato se deteriorou em seu propósito, mas o plano de Deus não é destruir o que foi construído. Deus espera que os ministérios que estão, de alguma forma, vinculados a um sistema denominacional caído, recebam uma revelação do Reino de Deus e a difundam em seu seguimento. Não precisamos depreciar pastores e igrejas cujas mentes não foram renovadas, o Reino de Deus é positivamente comparado por Jesus com o fermento (Lc 13:20-21). Quando o Reino de Deus de fato chega, toda a mazela do sistema denominacional cai. Ninguém deve se insurgir contra lideranças eclesiásticas e autoridades espirituais, sob pretexto de um suposto “ministério profético”. Se alguém não encontra perspectiva de implantação do Reino em uma denominação, que procure outra que comungue de sua visão e ideais, mas o grande desejo de Deus não é extinguir os velhos odres, mas renová-los enquanto cria novos odres, assim, o vinho novo do Reino de Deus será derramado sobre todos aqueles que se conservarem obedientes e humildes. A Visão do Reino de Deus é incomparavelmente maior do que a visão de qualquer denominação.

Conclusão

Este é um tempo de profunda purificação da Igreja de Deus, o Espírito Santo vem, ao longo dos séculos com sua pá, alimpando sua eira, e recolhendo o trigo no celeiro (Lc 3:17); desde a grande contaminação do século IV Deus não parou seu expediente de limpeza, e podemos estar certos de que antes do glorioso retorno de nosso Rei, Jesus Cristo, a casa estará limpa para recebermos o Tabernáculo de Deus entre os homens (Ap 21:3).